segunda-feira, 23 de julho de 2012

Poesia para um Energúmeno que desconhece este mecanismo literário




Bendita sois vós poesia
(Autor: Dymas Cyryllo)

Não sou poeta , otário mambembe
Meu verso é dotado de métrica e rima
De cima pra baixo de baixo pra cima
Todos que me escutam , me compreendem
Filosofo em poesia e você entende
Pra Deus , pra flora e a natureza
Pra rico burguês , plebeu da pobreza
Pra cidade grande e a zona rural
Pois esta linguagem é universal
É arte sagrada eu tenho certeza;

A poesia é cantada , orada em bendito
Adorna enfeitando a letra da canção
É ferramenta usada pra sedução
Esculpe o feio , fazendo-o bonito
Pra galantear a fêmea ela é um rito
É uma língua prendada aqui no sertão
Ela molda , esculpe , faz lapidação
Do simples ela faz uma jóia rara
Pra o seu criador ela cura , ela sara
Remédio pra alma em forma da canção;

É carinho literário por quem lhe afaga
Com voz empostada recita o cantor
Violeiro poeta , poeta escritor
Alguns foram reis , como  Gonzaga
Pelo sertão ecoou feito uma cigarra
O que lhe tornou o rei do baião
Foi  Gonzaga ,Gonzaguinha e Gonzagão
Versou para tudo não tem quem negue
Falou do jumento chamado de jegue
Afirmando que o bicho era nosso irmão;

Até Lampião rei do cangaço
Deixou registrado o seu dia a dia
O monarca da caatinga fez poesia
De forma simplória mas com o seu traço
Falou do amor do seu passo a passo
Da sua valentia do nosso sertão
De macaco sangrado feito capão
Das grandes lutas por ele travadas
Estratégias de fuga grandes emboscadas
Ao som dos disparos de mosquetão;

Mas oração de poeta é poesia
Ele põe , ele tira fruto da criação
Ele dá sentido traduzindo a emoção
Ele é criador é o pai da cria
Ele casa as palavras fazendo harmonia
Selando a métrica unindo à rima
Transforma o que quer em obra prima
Da sua coletânea faz seu estandarte
Dissemina o sertão em forma de arte
Através da cultura , cultura nordestina;

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