quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Vaca Paraibana Super Dotada - Autor : Dymas Cyryllo




Na Paraíba um fato chamou atenção
Lá na cidade de cajazeira
 Uma super-vaca , vaca brejeira
Que está dando ibope aqui no sertão
Com genoma que causa assombração
Deixando em polvorosa a raça taurina
Motivo pra estudo da medicina
E De toda classe veterinária
Por ser a vaca , estranha , hilária
Com sete patas e três vaginas;

É muito xibiu pra uma só vaca
Sobra dois xibiu ,  pra mais dois touros
Pra raça nelore é um grande tesouro
Morada de fumo , dito estaca
Tem touro que vê , logo ataca
A dotada em xibiu da raça taurina
Motivo pra estudo da medicina
 E De toda classe , veterinária
Por ser a vaca , estranha , hilária
Com sete patas e três vaginas;




terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Me Enganei com Minha Noiva - Autor : Amazan


Me Enganei Com Minha Noiva

Quando sortero eu vivia
Era o maió aperrei
Divido eu sé muito fei
As moça num mi quiria
Quando prum forró eu ia
Cum quarqué amigo meu
Eles confiava n'eu
Ia bebê e dançá
No fim da festa arengá
E quem ia preso era eu
E prá arranjá namoro
Eu toda vida fui mole
Cantei samba, puxei fole
Usei um cabelo louro
A boca cheia de ouro
Chega briava de dia
Quando prum forró eu ia
Cherava cumo uma rosa
Mas quando eu caçava prosa
As moça num mi quiria
Eu dizia é catimbó
Qui arguém butou e num sai
Que mãe casou cum papai
Vovô casou cum vovó
Inté meu irmão chicó
Munto mais fei do qui eu
Namorou, casou, viveu
Cum duas muié, inté
Só eu num acho muié
Que queira se esfregar neu?
Mas deus do céu descuidô-se
Jesus também, se esqueceu
E vicença me apareceu
Cum uns oião de bico doce
Nosso oiá se misturô-se
Que nem feijão cum arroz
Se abufelemo nois dois
Num amô tão violento
Que maiquemo o casamento
Prá quatro dia dispois
No dia de se amarrá
Se arrumou eu e ela
Dei de garra na mão dela
Fui pra igreja casá
Cheguei nos pés do artá
Recebi a santa bença
Jurei num tê desavença
Entre eu e minha esposa
O padre dixe umas cousa
Eu eu fui vivê mais vicença
Cheguei im casa mais ela
Fui logo mi agazaiando
Que mermo eu ia pensando
De drumi com a costela
Vicença fez uma novela
Pru dentro da camarinha
Quebrou uns troço que tinha
Me ameaçou na bala
Findou drumindo na sala
E eu me lasquei na cunzinha
Da vida eu perdi o gosto
Pruquê vicença fez isso
De manhã fui pro sirviço
Mas pra morrê de disgosto
Cheguei im casa o sol posto
Vicença me arrecebeu
Inté um café freveu
Botou pra nós dois ceá
Mas quando foi se deitá
Nem sequer oiou pra eu
De deus eu perdi a crença
De nome chamei uns trinta
Botei a faca na cinta
Fui cunversá com vicença
Vicença deu a doença
Quando eu falei im amô
E preguntô - o sinhô
Pensa qui eu sou o quê
Só me casei cum você
Pra lhe fazê um favor
Bati cum ela no chão
Puxei a lapa de faca
Cortei-lhe o cós da casaca
E o elastro do calção
Vicença tinha razão
De num querê bem a eu
Num era cum nojo deu
E nem pruquê fosse séra
Sabe vicença quem era?
Era macho qui nem eu
Eu munto me arrependi
Pruquê me casei cum ela
Falei logo cum o pai dela
E de manhã devorvi
Grande desgosto senti
Que quage murria, inté
Home em traje de muié
Tem munto de mundo afora
Só caso com ôta agora
Sabendo logo quem é

A Linguiça do Jumento - Autor : Amazan


A lingüiça do jumento



Conheci um fazendeiro no sertão do Seridó
Rico de terra e dinheiro, doido por gado e forró
Chamado João de Luzia, casado com Dona Lia, com quem morava contente
A sua esposa querida, que no decorrer da vida lhe deu um filho somente
O casal não entendia porque era que o destino
Ou Jesus não permitia que nascesse outro menino
E então criava Joãozinho, que já tava rapazinho, perto da maioridade
Era um jovem de presença, mas fraco de inteligência, pobre de capacidade
Joãozinho era o meninão, ia dormir logo cedo
Tinha medo de trovão, vivia chupando dedo
Não montava num cavalo, não entrava no embalo dos jovens da região
Tudo quanto ele tentava fazer, não se adaptava, era uma decepção
João se preocupava com o futuro do filho
Que não administrava nem uma broca de milho
Certa feita viajou pra São Paulo e retornou com uma máquina possante
Que adquiriu por lá para fabricar jabá de maneira interessante
Quando chegou, sem demora, disse: "Joãozinho, vem cá
Que eu vou lhe ensinar agora como é que se faz jabá:
Você coloca o jumento naquele compartimento, aperta nesse botão
Que ali do outro lado já sai tudo separado com a maior perfeição
Naquela boca acolá, a carne já sai salgada
Pronta para viajar, pesada e empacotada
E ali daquele lado, que tem um cano encarnado com uma ponta comprida
Sai lingüiça só da boa, pronta pra qualquer pessoa comprar e ser consumida."
Depois de tudo entender, Joãozinho olhou para João
E foi dizendo: "Paiê, e mudando a posição?
Botando a lingüiça lá, vindo pro lado de cá, aqui pro compartimento
E apertando no botão, prestando bem atenção, não vai sair um jumento?"
Menino, quando João escutou isso pegou um ar desgraçado
Disse: "Lata de feitiço! Analfabeto! Tapado!
O único lugar que eu sei que a lingüiça eu coloquei e um jumento saiu,
Foi na velha sua mãe, espia aí o tamanho do jegue que ela pariu!"
Joãozinho ainda preparou-se pra fazer nova pergunta
Mas o seu pai arretou-se, derramou-lhe uma vergunta
de galha de catingueira, João estirou na carreira sem rumo ou itinerário
O pai de velho morreu e Joãozinho não aprendeu operar o maquinário.

O Ricão do Cabaré - Autor : Amazan


O Ricão Do Cabaré

Raimundo de Chico Inácio
É um cabra lá do sertão
E o mais estrategista
Que já deu na região
Com os próprios camaradas
Pregava várias ciladas
Ganhou diversas apostas
E com o seu jeito hilário
Dizia que o otário
Tem sempre o bolso nas costas.
Socorro de margarida
Saiu lá de conceição
Para morar em campina
E no bar do Serrotão
Começou fazer programa
Vendendo o corpo na cama
Fazendo da vida um show
Quando de uma certa vez
Chegou por lá um freguês
Que por ela procurou.
Tinha umas quinze mulheres
No salão do cabaré
O cidadão foi entrando
E perguntando quem é
Socorro de margarida?
Uma morena nutrida
Disse assim: -sou eu amigo
E foi ficando de pé
Ele disse: _ quanto é
Pra você ficar comigo?
Ela foi lhe respondeu
- "é só cinqüenta reais".
O quarto é por minha conta
Não precisa nada mais".
Ele aceitou sem demora
E na hora de ir embora
Coçou a ponta da venta
E disse: foi bom demais
E deu trezentos reais
Ao invés de dar cinqüenta.
Socorro barreu a quenga
Ficou pra lá e pra cá
O cara disse amanhã
Eu tornarei a voltar
Quando foi no outro dia
Qu'ele chegou já havia
Vinte donas no salão
Uma olhava, outra sorria
Querendo saber quem ia
Se abufelar com o ricão
E pra surpresa de todas
Ele escolheu novamente
Socorro de margarida
Que ficou muito contente
E na hora de pagar
Ele pegou perguntar
Quanto lhe devo meu bem?
Socorro olhou para um lado
E de rosto desconfiado
Disse basta me dar cem.
O cara meteu a mão
Assim no bolso de trás
E arrastou novamente
Outros trezentos reais.
Disse: _ pegue aqui rainha!
Socorro ficou branquinha
Da cor da casca de um ovo
Disse o cara: _ eu vou embora
E amanhã na mesma hora
Estarei aqui de novo.
No outro dia o salão
Ficou bastante enfeitado
Botaram até na entrada
Um tapetão encarnado
Cada cabocla bonita
Sorria, fazia fita
Cada qual mais atraente
Imaginem que o plebeu
A mulher que escolheu
Foi socorro novamente.
As outras mulheres todas
Ficaram de baixo astral
Sem saber o que socorro
Tinha de especial
E depois da furunfada
Socorro desconfiada
Na hora do pagamento
Que ele disse quanto é?
Ela respondeu: -"seu Zé".
Hoje basta dar duzento."
O cabra foi novamente
Com a mão no bolso de traz
E tirou para ela a quantia
De quatrocentos reais
Quando fez o pagamento
Socorro disse um momento
Hoje eu quero saber
O que tem em mim que lhe atrai
Daqui o senhor só sai
Depois de me responder.
Ele disse eu sou Raimundo
De Chico Inácio, querida
Venho lá de conceição
E sua mãe margarida
Vendeu lá duas vaquinhas,
Um bode e umas galinhas
E pediu pr'eu lhe procurar
Pagou a minha passagem
E mandou com muita coragem
Mil reais pra lhe entregar

O Diabo da Besta Fera - Autor : Amazan


O Diabo Da Besta-fera

Por circunstança da seca
Um dia eu me vi forçado
A pedir a seu Fonseca
Um emprego de sordado.
Seu Fonseca era sargento
Por leis e por documento
De São José da Bonita
Cachacêro depravado
Passava o dia socado
No boteco da Mãe Rita.
Quando eu pedi ao sacana
Um emprego de sordado
Ele dise. - Essa semana
Vou falá cum deputado
Ispricá que a cidade
Istá cum nicissidade
De adquiri um praça
Se ele dissé que sim
Tu vai trabalhá pra mim
Pra mode eu beber cachaça.
Eu tenho quase certeza
Que ele vai concordá
Sente ali naquela mesa
Pegue logo a trabalhá
Separa aí as escrita
Das conta lá de Mãe Rita
Pra mode eu ir lá mais tarde
Que quero vê dessa vez
Se o qu'eu ganhei esse mês
Dá pra pagá a metade.
De meóta de brejêra
Deu um fardo dessa artura
Parece até brincadeira
Mas não, é verdade pura.
De cerveja e de conhaque
Quase lhe dava um ataque
Quando avistô o paió
Ainda tinha ôtro feixe
De tira-gosto de peixe
Com caldo de mocotó.
Sei que fiquei trabalhano
Comeno mí com batata
Passei o resto do ano
Sem recebê uma prata.
Nesse tempo em São José
Home, menino e mulhé
Inclusive também eu
Não sabia que existia
Carro, quando um certo dia
Um bichiga apareceu.
Quem mulesta é que sabia
O que diabo era automove?
Começô a correria
Ao vere o fó vinte e nove
Teve véa que mijô-se
Teve ôtra que socô-se
Dentro dum paió de fava
Foi quando Chico Pantera
Gritô:. _ É a besta-fera
Que Padim Ciço falava!
Tinha um jumento amarrado
Dibaxo dum pé de figo
Mas quando viu o danado
Temeu um grande perigo
Quebrô a corda e correu
Entrô na casa de Abrêu
Danô os peito em Teresa
Quebrô uns troço que tinha
Foi isbarrá na cozinha
Tremeno imbaxo da mesa.
Maria, irmã de Tonico
Deu um pinote da cama
Prantô o pé num pinico
Correu vistino um pijama
Até Mané alejado
Que tinha um pé invergado
E a canela virada
Se esqueceu qu'era perneta
Dexô o pá de moleta
Saiu doido em disparada.
Gritaro. - Chame o sordado
Quisso é trabái pra puliça!
Eu saí mei assombrado
Mas pra num mostrá priguiça
Dei de garra da bereta
Sapequei na bicha preta
Uns dez tiro, mais á meno
Nisso ela abriu-se dum lado
E um cabra saiu danado
De dentro dela correno.
Era o pobre do chofé
Que cum medo de morrê
Pulô fora, deu no pé
E o povo sem intendê
Dissero: - Aquele escapô
Porque a gente salvô
Chega Antonhe, vamo matá
Essa peste tá cum fome
Já tinha ingulido um home
lntêro sem mastigá.
E a bicha saiu danada
Sem ninguém pra lhe aprumá
Subiu logo uma calçada
Saiu derrubano um bá
Lá na frente ela afobô-se
Virô a banca de doce
Do véio Mané Adelso
lntrô pro dento da fêra
Saiu em toda carrêra
Virano tudo asavesso.
Aí pegô a chegá
Nego armado de cacete
Machado, chibanca, pá
Foice, enxada, picarete
Baxaro logo a pancada
Davam cada burduada
Que o chão ficava incamado
Nisso o capuz se arrancô
Apareceno o motô
Que ainda tava ligado.
Foi quando Mané Piqueno
Gritô pra Sebastião:
_ Tem um troço aqui bateno
Deve sê o coração
Mete o cacete, menino
Que o coração tá bulino!
Nisso o gás foi derramano
Porque o tanque furô-se
Aí gritaro: - Danô-se
A bicha tá se mijano!
Sei qu'esse carro ficô
Isbagaçado ao miúdo
Agora veja o sinhô
O resultado de tudo:
Sabe quem era o chofé
Que correu do labacé?
Era o dito deputado
Que vinha ali no momento
Prepará os documento
Pra mode eu sê contratado.
Depois, sabe o que se deu?
Fonseca foi dispensado
Mandaro um tal de Irineu
Pra mode sê delegado
E eu fiquei trabalhano
Trabalhei uns doze ano
Sem recebê um cruzado
E só pude sair de lá
Quando acabei de pagá
O carro do deputado

O Filho da Excelência - Autor : Amazan


O Filho Da Excelência

Hoje a nossa polícia
Está muito fiscalizada
Por isso é que cabra ruim
Deixou de levar mãozada
É, porque antigamente
Cabra metido a valente
Quando um soldado pegava
Ficasse com foi num foi
Era cada tapa ôi
Que o mocotó entrançava.

Hoje a polícia não pode
Mais dar cacete em ninguém
Cinegrafista amador
Em toda janela tem.

Mas antes tinha uns soldado
Daquele mal encarado
Na rota da bacurau
Que andava cum farnezim
Procurando cabra ruim
Pra dar um samba de pau.

Até que um certo dia
Às duas da madrugada
O quartel passou um rádio
A bacurau foi chamada Pra ir prender um rapaz
Que andava tirando a paz
E o sono do pessoal
Com o som do carro ligado
Passando em sinal fechado
E dando cavalo-de-pau.

A bacurau fez fiapo
Para o local indicado
Não demorou encontrar
O rapaz embriagado
Tinha descido do carro
Tava comprando cigarro
Mas quando espiou de lado
Viu o camburão parando
E o soldado pulando
Já com o braço levantado.

Foi pulando e foi dizendo
- Teja preso, seu safado
Mas antes eu vou lhe dar
Um murro tão condenado
Que tu vai rolar no chão.
Aí o boy disse: _Meu irmão
Tenha calma, tu tá quente
Bater em mim ninguém vai
Senão eu conto a meu pai
O juiz Manoel Vicente.

O soldado deu um freio
Que o coturno cantou
Uma travada no braço
Que o cotovelo estalou.
Aí o cabo disse: -Junim,
Rapaz, tu aqui sozim
Essa hora biritando
Vamo pra casa, danado
Teu pai tá preocupado
E a gente lhe procurando!

Aí levaram Junim pra casa
Bateram numa janela
Manoel Vicente saiu
Com os ói chei de remela.
Aí o cabo disse: -Doutor
Esse filho do senhor
Estava um pouco alterado
Não podíamos prendê-lo
Achamos melhor trazê-lo
Em casa ele está guardado.

E nisso Manoel Vicente
Nem sabia o que fazer
Olhando para a polícia
Começou a agradecer:
Ô, que polícia educada
- Muito bem rapaziada
Gostei da iniciativa
Quando de mim precisar
Basta só me procurar
Lá na Liga Desportiva.

O soldado franziu a testa
E virou como um girassol
Você está me dizendo
Que é juiz de futebol?!
Pobre de Manoel Vicente
Respondeu todo contente:
- Sim, o melhor do estado!
Aí não disse mais nada
Levou uma burduada
Que caiu de cu trancado.

Deram um cacete em Junim
Que o mijo espirrou no chão
Jogaram os dois pelo fundo
Das calças no camburão
Pobre de Manoel Vicente
Preso inocentemente
Sem ter feito nada errado
Junim sem uma pestana
E os dois passaram a semana
Vendo o sol nascer quadrado.


Bodega do Matuto - Autor :Amazan


A Bodega Do Matuto

Em alta voz e bom tom
a minha mãe já dizia:
- Se conselho fosse bom
não se dava, se vendia.
E eu que sempre lhe segui
confesso que me iludi
por arte não sei de quê
no dia que João Vermêi
me disse: _Eu tenho um concêi
pra mode dá a você.
Você vive feito um burro
trabalhando no pesado
todo dia dano duro
sem nunca ter resultado;
O concêi qu'eu vou lhe dá
se você me escutá
tá garantido o sucesso.
Venda tudo quanto tem
junte o último vintém
bote tudo num comérço.
Apôis num é qu'eu caí
na conversa do safado!
Tudo qu'eu tinha vendi:
12 cabeça de gado
meu cavalo corredor
enxada, cultivador
a espingarda, o borná
pato, galinha, guiné só num vendi a muié
porque ninguém quis comprá.
Peguei o dinheiro todo
emburaquei pra cidade;
No armazém de Haroldo
comprei troço em quantidade.
Paguei, num pedi favô
uns trocado que sobrô
dei de irmola a uma cega
voltei todo chêi de asa
e botei na minha casa
o diabo duma budega.
Os primeiro quinze dias
foram até bem controlado
fui pegano freguesia
aqui, ali um fiado;
Quando um dia João Vermêi
vei me dá outro concêi
mode eu comprá um peru
pra mode fazer um bingo
dizeno assim: -No domingo
você triplica o tutu.
Mais uma vez eu entrei
na conversa do safado
a ele mesmo comprei
um peru gordo, cevado.
E na manhã do domingo
começaro o tal do bingo
sem ninguém saber marcá
me acreditem vocês
doze caba duma
vez batero tudim iguá.
Frechô mais ó meno uns dez
mode pegá o peru
o bicho meteu dos pés
fazendo gulu-gugu.
Maria, minha muié
tava fazeno um café
de cóca, numa panela
quando o peru avistô
fez frechêro e se socô
debaixo da saia dela.
Nisso os caba foi chegano
tudo de cacete armado
e o peru se socano
Maria gritô cuidado!
Era Maria gemeno
e o cacete comeno;
No meio do vaivém
eu peguei um tamborete
entrei no mei dos cacete
quase me lasco também.
Me dero uma tabacada
Por cima do pé d'ouvido.
Levei mais outra paulada
caí no chão estendido;
Nisso chegô um negão
com um cacete na mão
prantô no meu fevereiro
pegou no meu espinhaço
só num quebrô meu cabaço
porque eu pulei ligeiro.
A minha fia, Zefinha
na hora da confusão
tava cuma canarinha
brincano, lá na oitão;
Acunharo ela na vara
a pobre limpano a cara
correu num choro danado
chegô com uma gaiola
e o passarim de fora
todo desparafusado.
Depois da briga acabada
todo mundo ensanguentado
o peru não valia nada
tava todo esfarelado;
E eu de cabeça inchada
por causa das cacetada
que os caba dero em mim.
Hoje se alguém vier dá
conselho mode eu tomá
eu vou digo: olhe o dedim!

A Revolta das Jumentas - Autor : Amazan


A revolta das Jumentas


Quem primeiro inventou greve
Aqui em cima do chão
Foi um lote de jumentas
Até com certa razão
É que Deus tava criando
Seus animais e soltando
Uns com urro, outros com berro
E por muito ter trabalhado
Sentiu-se um pouco cansado
Porque ninguém é de ferro.

Deus estava terminando
De inventar o jumento
Mas resolveu descansar
Determinado momento
Chamou um anjo importante
Que era seu ajudante

E amigo particular
E lhe disse com capricho
Termine aqui esse bicho
Que eu vou ali descansar.

E quando Deus retornou
Do seu descanso sagrado
Deu de cara com o jumento
Que já tava terminado
Mas notou logo um defeito
E disse assim desse jeito: "Rapaz num tem jeito não,
só dá tempo eu me ausentar,
pro negócio desandar
no setor da criação."

É que o seu ajudante
Concluindo o animal
Deixou aquele negócio
Meio desproporcional
Metro e "mei" de comprimento
Maior do que o jumento
Chega passava da venta
Deus disse: "Num presta não,
que não vai ter posição
dele subir na jumenta."

O anjo disse: "Eu ajeito,
Comigo não tem fracasso,
É só pegar uma faca
E tirar aqui um pedaço."
As jumentas escutando,
Foram logo se juntando
E num desejo comum,
Disseram logo em seguida:
"Vê se arruma outra saída,
cortar? De jeito nenhum."

E fizeram uma assembléia
Colocaram em votação
Ganhou por unanimidade
A frase do "corta não"
Com a confusão criada Deus viu que da enrascada
O anjo não sairia,
Aí entrou em ação
Pra mostrar a dimensão 
Da sua sabedoria.

A marreta de dois quilos
Pediu para alguém trazer
E disse: "Segura o jegue,
que a gente vai rebater."
Aí baixou a pancada
Dava cada marretada
Chega esquentava a marreta
E o jegue até hoje em dia
Possui a mercadoria,
Da forma de uma corneta.


domingo, 27 de janeiro de 2013

Sem palavras - Dymas Cyryllo


Músculo Demais , Pinto Atrofiado - Autor : Dymas Cyryllo




  
 Tem marombado que tem muito músculo em cima
Braços muito largos , densos peitorais
Barriga de tanquinho ,  abdominais
Narcizista,  se acha uma obra prima
Toma whey protein , BCAA , Creatina
Anabolizante  , ADE  para inchar
                      Querendo a todos impressionar               
Fingindo ser macho e coisa e tal
Atrofiando os testículos , anulando seu pau
Brochando na hora , dita hora "H";

A menina escolhida fica frustrada
Com o pinto do forte entristecido
Parecendo molambo , esmilunguido
Só lhe restando , dar gargalhada
Pra que tanto corpo e um rola desmaiada
Se diante da xana , não quer funcionar
Um novo suplemento ele tem que tomar
O azulzinho chamado, grande viagra
Aguardando o pedido : gato me abra
Agora por favor ! não venha brochar...



Carro Movido a RED BULL - Autor : Dymas Cyryllo




Já vi muito carro movido a gasolina
Escutei falar sobre Maria fumaça
Jeep enguiando funcionando na raça
Carregando bode com fedor de urina
Estancando demais em cada esquina
Mais um novo modelo causou rebu
No Estados Unidos , Carolina do sul
Motivo pro mote dessa poesia
Um combustível estranho sem ser energia
Colocado no tanque , um tal RED BULL;