domingo, 29 de julho de 2012

Á figura de Antonio Conselheiro - Extraída do blog Besta Fubana





À FIGURA DE ANTÔNIO CONSELHEIRO

Num profundo deserto sem ter fonte
Já surgiu um regimento igualitário
Que um justo já sexagenário
Fez erguer-se a cidade Belomonte
Para então vislumbrar um horizonte
Sem maldade, sem crime e sem dinheiro
Sem bordel, sem fiscal, sem carcereiro
Mas, foi morto e tomado por selvagem
A História fará sua homenagem
À figura de Antonio conselheiro

Quem viveu ao seu lado sempre quis
Ter real o que era fantasia
O reinado do céu não prometia
Sim, o reino da terra mais feliz
Afinal só o povo do país
Pode dar o retrato verdadeiro
Deste Líder autêntico mensageiro
Que alguém deformou a sua imagem
A História fará sua homenagem
À figura de Antonio Conselheiro

Masseté, Uauá, Paraguassu,
Caatinga, facheiro, moxotó,
Cambaio, caipã, cocorobó
Monte Santo, Favela, Trabibu,
Beatinho, Abade, Pajéu,
Vila Nova Brandão e Fogueteiro,
Macambira, Lalau e o sineiro
O Timóteo lendário personagem
A história fará sua homenagem
À figura de Antonio Conselheiro

Canudos país da promissão
Foi injusta e cruel a tua guerra
Tu que eras abrigo dos sem terra
Sem família, justiça, lar e pão
O jagunço era apenas um irmão
O fanático somente um companheiro
Junto ao mestre encontrando paradeiro
Confiança, família e hospedagem
A História fará sua homenagem
À figura de Antonio Conselheiro.

Só o vasa-barris tão solitário
Vive lá como símbolo e uma prova
De Canudos, igreja velha e nova
Linha negra, trincheira, santuário
Malassombro de latifundiário
Coronel poderoso e fazendeiro
Houve mesmo esse reino alvissareiro
Ao qual muitos tomaram por miragem
A História fará sua homenagem
À figura de Antonio Conselheiro

Sertanejos morrendo de magote
A bandeira rasgada era um molambo
O quartel sem guarita era um mocambo
A trincheira era a grimpa do serrote
A metralha um feioso clavinote
Baioneta era a lança do carreiro
A corneta era o búzio do vaqueiro
Guardapeito e gibão sua roupagem
A História fará sua homenagem
À figura de Antonio Conselheiro

Quase dez mil soldados da elite
Quatro bons generais lhe dando apoio
Bivaque, arsenal, bóia e comboio
Com dezoito canhões e dinamite
Numa guerra civil sem ter limite
Não um simples conflito passageiro
Brasileiro matando brasileiro
Os vencidos mostrando mais linhagem
A História fará sua homenagem
À figura de Antonio Conselheiro

Era a luta da foice e do fuzil
O facão enfrentando artilharia
Uma nódoa na honra da Bahia
Uma mancha no nome do Brasil
Mas talvez que no ano de dois mil
Esse nosso Nordeste brasileiro
Seja outro Canudos por inteiro
Com mais gente, mais arma e mais coragem
A História fará sua homenagem
À figura de Antonio Conselheiro.

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