Bem aventurada, Ribaçã tu és
(Autor: Dymas Cyryllo)
Deus continua operando, agindo no deserto
Socorrendo o pobre com sua unção
O deserto pra Deus é aqui no sertão
Vendo as suas dádivas escrevo , disserto
Observando as proezas fico boquiaberto
Como ele age suprindo dando proteção
Pra Moisés , codorniz foi
alimentação
Pros sertanejos ela dá tanto que abusa
Ribaçã e lavoura oriundas da chuva
E ainda de sobra muita plantação;
A chuva mudou a cor da caatinga
Os riachos choram feito bebê chorão
Cachoeiras cochicham escorrendo no chão
Orvalho nas catingueiras
gotejando respinga
O que estava semi morto na brenha
vinga
Os pássaros alegres em sinfonia a cantar
Inhambus acasalam pra procriar
No azul dos céus desfilam revoadas
Bandos de ribaçãs voando assombradas
Buscando comida pra se alimentar;
Aos milhares deslizam de forma frenética
Dança na natureza parecem bailar
Onipresentes aparecem em todo lugar
Esguias velozes performance atlética
Verso pras ribaçãs de forma poética
Por ver um espetáculo cheio de emoção
Escutando seu canto cheio de
comoção
Na grota , na serra dentro do riacho
Aos bandos misturadas fêmeas com machos
Eternizando o processo da
reprodução;
O seu leito é dentro da caatinga fechada
Recheado de ovos pra perpetuação
Procissão aos milhares , passa de milhão
Chocando aguardando a filharada
A permuta com a macho garante a ninhada
Duma espécie que ainda não está em extinção
Por ela ser nômade mudar de
região
Migrando acompanhando a chuvarada
Rota migratória de longa jornada
Fazendo o berçário aqui no sertão;
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