Seu dotô, pras
nossas banda,
Quando é tempo de
inleição
Os candidatos é
quem manda
Dá comida e
condução…
E todos que vão
votar
Come inté
arripuná
Carne de porco e
pirão.
Aqui
só tem dois partido
O governo e a
opusição
O resto é
desconhecido
Que o cabra
queira ou qui não
Tem qui iscuiê um
dos dois
Pra puder votar,
dispois
No dia da
inleição.
Porém
nenhum deles presta
Nem se conhece
esses home.
Também nós vamo é
pra festa
Tira a barriga da
fome.
Dispois, votá pru
votá
Do voto que a
gente dá
Só se aproveita o
que come.
Foi
purisso qui Vicente
Nesta última
inleição
Cumeu de ficar
doente
Carne de porco e
pirão
Sarapaté e
chouriço
E depois cum
sacrifiço
Foi votar na
opusição.
E
quando chego na hora
Dele ir pras urna
votar
O pobe quis ir lá
fora
Pra puder se
aliviar
Mas o tá do
presidente,
Começou a chamar Vicente
E mandou logo ele
entrá.
E
dixe pra ele: assine
Seu nome nesse
papé
Dispois entre na
cabine
E vote lá em quem
quisé
Num percisa
afobamento
Mas num demore lá
dento
Pru que os ôto
também qué.
Aí
Vicente assinô
O qui tinha de
assiná
E se torcendo de
dor
Sem puder mais
nem falá
Mostra o tito se
privine
Fecha a porta da
cabine
E, aí, começa a
votá.
Lá
na mesa o presidente
Mandando o povo
calá.
Toca a esperá pru
Vicente
Toca Vicente a
custá
Já fazia meia
hora
E o pessoá lá de
fora
Se danô a
reclamar.
Diz
um fazendo chacota
Seu fiscá, oi a
demora
Esse home vota ou
num vota
Diz ôto. Vamo
imbora
A urna é só pra
Vicente
O peste do
presidente
Num bote o homem
pra fora.
E
pra num havê revorta
Foi de pressa o
presidente
Batê cum força na
porta
Da cabine do
Vicente
Dispois de muitas
batida
Uma voz grossa,
isprimida
Falô de dento: –
Tem gente!.
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