Bendita sois vós poesia
(Autor: Dymas Cyryllo)
Não sou poeta , otário
mambembe
Meu verso é dotado
de métrica e rima
De cima pra baixo
de baixo pra cima
Todos que me
escutam , me compreendem
Filosofo em poesia
e você entende
Pra Deus , pra
flora e a natureza
Pra rico burguês , plebeu da pobreza
Pra cidade grande e
a zona rural
Pois esta linguagem
é universal
É arte sagrada eu tenho certeza;
A poesia é cantada
, orada em bendito
Adorna enfeitando a
letra da canção
É ferramenta usada
pra sedução
Esculpe o feio ,
fazendo-o bonito
Pra galantear a
fêmea ela é um rito
É uma língua
prendada aqui no sertão
Ela molda , esculpe
, faz lapidação
Do simples ela faz
uma jóia rara
Pra o seu criador
ela cura , ela sara
Remédio pra alma em forma da canção;
É carinho literário
por quem lhe afaga
Com voz empostada
recita o cantor
Violeiro poeta ,
poeta escritor
Alguns foram reis ,
como Gonzaga
Pelo sertão ecoou
feito uma cigarra
O que lhe tornou o
rei do baião
Foi Gonzaga ,Gonzaguinha e Gonzagão
Versou para tudo
não tem quem negue
Falou do jumento
chamado de jegue
Afirmando que o bicho era nosso irmão;
Até Lampião rei do
cangaço
Deixou registrado o
seu dia a dia
O monarca da
caatinga fez poesia
De forma simplória
mas com o seu traço
Falou do amor do
seu passo a passo
Da sua valentia do
nosso sertão
De macaco sangrado feito capão
Das grandes lutas
por ele travadas
Estratégias de fuga
grandes emboscadas
Ao som dos disparos de mosquetão;
Mas oração de poeta
é poesia
Ele põe , ele tira
fruto da criação
Ele dá sentido
traduzindo a emoção
Ele é criador é o
pai da cria
Ele casa as
palavras fazendo harmonia
Selando a métrica
unindo à rima
Transforma o que
quer em obra prima
Da sua coletânea
faz seu estandarte
Dissemina o sertão
em forma de arte
Através da cultura , cultura nordestina;
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