sábado, 3 de novembro de 2012

Luiz Gonzaga Visto por meus Olhos - Autor : Dymas Cyryllo


Lua , Lula , Gonzaga
(Autor: Dymas Cyryllo)



O poeta transcende a alma com verso
Seus poemas são partes de uma oração
Os seus sentimentos ele escreve a mão
Dar vida ao que está sem rumo reverso
Ele faz o côncavo virar convexo
Torna-se imortal pela criação
Ele brota o belo através da eclosão
Remonta quem passou aqui algum dia
Reencarnando os grandes da poesia
Justificando sua estada, sua missão;

Morenice na cor, pele acaboclada
Embaixador sagrado de todo o sertão
Vaqueiro itinerante com chapéu, gibão
Voz que o ouvido do nordestino afaga
Lamparina da cultura que não se apaga
Porque foi o inventor do baião
Pernambuco, Exu foi sua região
Cantar o nordeste foi o seu crivo
Não é a toa que seu nome foi aumentativo
E continua até hoje como Gonzagão;

Quebrou as arestas do preconceito
De ser moreno pobre e nordestino
Mas que fez da sanfona seu destino
Sendo o rei do baião por direito
Seu estilo de tocar do seu jeito
Recebeu do excelso senhor da criação
Seus acordes embelezavam a canção
Só de escutar a satisfação é tanta
Escutando a estória da asa branca
Fugindo da seca do nosso sertão;

Ó Luiz que triste partida
A Acauã agorou-te não estais aqui não
Pra música foste ABC do sertão
A morte do vaqueiro foi tua ida
O fole gemedor ficou sem guarida
A hora do adeus foi pura aflição
O assum preto chorou com o pássaro carão
O poeta emocionado a voz emperra
Com o ouvinte que me escuta no pé da serra
Xaxando e lembrando da musica algodão;




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