quinta-feira, 1 de novembro de 2012

E Agora Pavão ?? VEREADOR para Onde - Adaptação Dymas Cyryllo


PAVÃO MISTERIOSO
E agora, PAVÃO?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, PAVÃO?
e agora, você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, PAVÃO?
Está sem mulher,
está sem carinho,
está sem discurso,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, PAVÃO?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, – e agora?
Com a chave na mão 
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para AMÉRICA,
Minas não há mais.
PAVÃO, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse….
Mas você não morre,
você é duro, PAVÃO!
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, EDIL!
EDIL, para onde?
* * *
“Pois é, meu colega Drummond, um dia nós dois vamos sair no Jornal da Besta Fubana”

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