Eu vi um
comício com cara de enterro
Recheado de
ranso e melancolia
Parecia uma
missa de sétimo dia
Com os
candidatos querendo chorar
O locutor tentava entusiasmar
O povo
diante do “palanque caixão”
Onde os
mortos vivos acenavam com a mão
Cantando um
jargão deveras plagiado
Com a letra
inversa mudando de lado
Falando o
contrário , pobre criação;
O velório
popular tinha autoridades
Que vieram
pro enterro prestigiar
Com
discursos pífios e bla,bla,bla
Junto do morto falou das bondades
Uma torre de
babel de vaidades
Tentando a
todo custo impressionar
Manobrando a
massa de Lá para cá
Com frase de
impacto e com chulo efeito
Passando a
imagem de bons e perfeitos
Anjos querubins só faltou voar;
O ar fúnebre
tomou conta do local
Deixando o povo sem empolgação
Acenando bandeiras penduradas nas mãos
Diante de
discursos desprovidos de sal
Pra ouvintes hipertensos arterial
Ou quem sabe
pra aquele versátil ,eclético
Pra desconfiado , crítico ou cético
Por ser muito maçante e fundir a cuca
Comício
azedo desprovido de açúcar
Que só de
assistir fiquei diabético....
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