domingo, 5 de agosto de 2012

Sobejos da Sociedade - Autor Dymas Cyryllo


Os andarilhos da morte...
(Autor: Dymas Cyryllo)


A Nóia, Deprê, portas da loucura
O ser perde a candura tem vida vazia
Torna-se um andarilho, com mente arredia
O desleixe é visível se perdendo a moldura
As mazelas psíquicas borram a figura
Vagando sem rumo diuturnamente
Perambula à deriva no hostil relento
Esmolambado fedido pobre maltrapilho
Da tangente da vida pulou fora dos trilhos
Retrato ofuscado de um fraco indigente;

São seres que nasceram condenados
São retraços humanos a mercê da sorte
São cenas de filmes explícitos sem corte
Parecem ser JÓ, alguns JÓ’s reencarnados
Ou talvez alguns Lázaros ressuscitados
Fedogosos, Pernas Toradas ou Cícero Pias
São dejetos da sociedade do dia a dia
Onde todos contemplam com naturalidade
Fazem parte do cenário, trivial pra cidade
Que respira os ares da hipocrisia;

Mas com cacos de telhas eles se coçam
Os cachorros lhes lambe as feridas
Suas dores já não são mais sentidas
Pra manterem-se com vida eles se esforçam
Suas matérias putrefatas e se destroçam
Pois perderam a forma identidade
À sarjeta, nas vielas da cidade
Simplesmente se amontoam e se deitam
São sobejos que a sociedade enfeitam
Eis os frutos da real desigualdade.





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