Os
andarilhos da morte...
(Autor: Dymas Cyryllo)
A Nóia, Deprê, portas da
loucura
O ser perde a candura
tem vida vazia
Torna-se um andarilho,
com mente arredia
O desleixe é visível se
perdendo a moldura
As mazelas psíquicas
borram a figura
Vagando sem rumo diuturnamente
Perambula à deriva no
hostil relento
Esmolambado fedido
pobre maltrapilho
Da tangente da vida
pulou fora dos trilhos
Retrato ofuscado de
um fraco indigente;
São seres que
nasceram condenados
São retraços humanos
a mercê da sorte
São cenas de filmes
explícitos sem corte
Parecem ser JÓ,
alguns JÓ’s reencarnados
Ou talvez alguns
Lázaros ressuscitados
Fedogosos, Pernas
Toradas ou Cícero Pias
São dejetos da
sociedade do dia a dia
Onde todos contemplam
com naturalidade
Fazem parte do cenário,
trivial pra cidade
Que respira os ares
da hipocrisia;
Mas com cacos de
telhas eles se coçam
Os cachorros lhes
lambe as feridas
Suas dores já não são
mais sentidas
Pra manterem-se com
vida eles se esforçam
Suas matérias
putrefatas e se destroçam
Pois perderam a forma
identidade
À sarjeta, nas vielas
da cidade
Simplesmente se
amontoam e se deitam
São sobejos que a
sociedade enfeitam
Eis os frutos da real
desigualdade.
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